E-commerce ou Marketplace: onde começar a vender online?
03 nov 2020É verdade que há um tempo o mercado virtual tem se mostrado como oportunidade para os lojistas conquistarem mais clientes e potencializarem as vendas. No entanto, essa tendência começou a ser explorada ainda com mais força recentemente, e se intensificado durante a pandemia da Covid-19. E não deve parar. Segundo pesquisas especializadas, a previsão é que o nicho fature quase 50% a mais neste ano em relação a receita contabilizada em 2019.
Os dados revelam que há uma alta significativa nessa forma de consumo. Diante disso, naturalmente, é provável acréscimo também na adesão de novos vendedores pelos canais virtuais de venda. Mas é justamente nesse momento que dúvidas aparecem: por onde começar? Marketplace, e-commerce ou os dois?
Vale ressaltar logo de início que não existe certo ou errado. E a resposta para a dúvida está mais próxima do que se pode imaginar. É preciso entender qual é o perfil da empresa e também o que se espera das vendas digitais. Além disso, é muito importante considerar qual o tipo de público que se deseja atingir na hora de optar por um (ou os dois) dos canais.
É necessário buscar a estratégia que mais combine com o modelo do negócio em questão. Considerando esses elementos na hora da escolha, as chances de ações mais direcionadas com retornos positivos são maiores que um investimento feito sem nenhum tipo de planejamento, por exemplo.
Cada um no seu quadrado
Os marketplaces, assim como os shoppings, contam com uma grande movimentação de visitantes, onde diversas lojas vendem produtos no mesmo lugar. Ou seja: é uma plataforma onde vendedores oferecem os produtos e serviços para potenciais compradores.
Como sequência do sistema, as lojas conseguem aproveitar benefícios como tráfego, mídia e segurança, que são responsabilidades do centro comercial. Mas, para tanto, regras e pagamentos de taxa pelo uso do espaço devem ser cumpridos pelo vendedor.
Um fator considerado negativo para muitas pessoas é a dependência gerada para as empresas que estão inseridas nesse modelo de comercialização. Além disso, aumento das taxas, porcentagens sobre vendas ou comissões, também podem pesar na hora da escolha por esse modelo.
Há também quem considere negativo o fato de a marca não ser tão lembrada pelo cliente, já que, apesar de ser visibilizada, o crédito maior das vendas fica para o marketplace, para plataforma como um todo.
O e-commerce, por sua vez, é a loja virtual onde a marca vende os produtos, cuidando de todo o processo logístico, desde a compra até a entrega. Nesse modelo, a negociação é direta com o consumidor final. Por isso, é necessário entender que algumas estruturas ficam sob responsabilidade do empreendedor, como por exemplo design do site, regras de negócios, investimentos e riscos.
Uma das maiores preocupações de quem tem uma loja virtual, por exemplo, é o número de acessos. Isso porque se o público não conhece a loja, ele não chegará até ela, não haverá vendas e o negócio, provavelmente, cairá. Uma solução, nesse sentido, seria a busca por ações de marketing digital.
O grande benefício dessa forma de atuação, no entanto, está na exclusividade da marca. Com um bom posicionamento, as chances de conversão em vendas das pessoas que acessam a sua loja virtual são maiores e, consequentemente, a margem de lucro também, que será única do vendedor.
O que levar em consideração na escolha?
Na hora da escolha é preciso considerar vários fatores. Um dele é a o tráfego, a forma como o cliente vai chegar na loja. No caso do e-commerce, o vendedor precisará atuar na divulgação para tornar o site conhecido. É necessário considerar que ele será o principal responsável para atrair o público para a comércio virtual e, consequentemente, fazer com que a marca seja conhecida.
No caso do marketplace, a própria plataforma será a responsável por aumentar o tráfego no site, portanto, na loja. Além disso, quando o consumidor clicar em algum produto que você comercializa, sua loja é promovida e ganha mais relevância.
Além do tráfego, a segurança e fidelidade são importantes na hora de se fazer uma escolha. Em um site, o lojista é o único responsável para gerenciar as ações e também as operações de riscos. Um caminho, como foram de fidelizar o cliente, portanto, seria investir em meios de pagamentos.
No caso do marketplace, a vantagem é que muitos consumidores são fidelizados por confiar no site. É o sistema de vendas que vai assumir os riscos financeiros e fraudes, por exemplo. O que torna a operação mãos confiável para os consumidores que são mais descrentes.
Vale a sugestão
Como vimos, não existe certo ou errado. O importante é que a escolha seja feita com base no objetivo e necessidade da loja. Por exemplo, se ela vende produtos de nicho, é preciso fazer divulgação mesmo. Nesse sentido, o e-commerce aparenta ser uma boa escolha.
No caso das vendas de bens de consumos já consolidados, ou produtos de marcas reconhecidas, como eletrônicos, telefonia, suplementos, informática, por exemplo, a melhor estratégia é começar pelo marketplace, já que pega carona no sucesso do site.
Situação do mercado
Segundo a publicação do G1 Economia, com base nos dados do relatório NeoTrust, o faturamento do comércio eletrônico atingiu R$ 75,1 bilhões em 2019, com uma alta nominal (sem considerar a inflação) de 22,7% em relação a 2018.
O volume de pedidos cresceu 22,5% em base anual, o que representa 178,5 milhões de compras. O tíquete médio ficou praticamente estável, com variação de 0,2%, para R$ 420,4.
Para 2020, as projeções também são positivas. Dados da Kearney, consultoria global de gestão estratégica, o e-commerce deve registrar R$ 11 bilhões em 2020, segundo estudo sobre os impactos do novo coronavírus no comportamento do consumo dos brasileiros.
Com isso, ainda conforme os dados, o mercado deve crescer a uma taxa de 17,3% ao ano no período, chegando a aproximadamente R$ 211 bilhões em 2024, novamente considerando o cenário macroeconômico base, segundo o estudo.