Tendências para os eventos no pós-pandemia
04 set 2020Resiliência é a palavra adotada quando se fala na necessidade de se reinventar para continuar existindo, principalmente com os desafios ocasionados pela pandemia do Coronavírus. Após meses suspensos, muitos serviços começam a trilhar novos caminhos a partir de agora, entre eles o setor de Eventos.
Ainda em 2013, a pesquisa Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil apontava este setor como responsável por 4,3% do PIB e por 7,5 milhões de empregos diretos, indiretos e terceirizados.
Com a impossibilidade da realização de reuniões de grande porte grandes mudanças já começaram a acontecer e mostram as tendências que seguirão existindo no futuro do ramo.
Novos Formatos
Alisson Sobral, Diretor de Eventos da AJE-BA, acredita que a pandemia nos forçou a experimentar essa possibilidade dos eventos virtuais e que seja um caminho sem volta.
Para ele, é impossível pensar no futuro com a ocorrência de eventos exclusivamente presenciais, especialmente quando se trata daqueles que visam transmissão de conteúdo e geração de negócios, como é o caso de congressos e feiras.
Os eventos virtuais – ou híbridos – possibilitam um alcance muito maior e um investimento menor, com possibilidade de inscrição mais acessível. O que funciona perfeitamente para o caso de congressos, mas que não são tão efetivos em relação a eventos de entretenimento, que possuem maior foco na experiência.
Lead mais motivado
Em sua opinião, a pandemia acelerou em dez anos as mudanças que precisariam acontecer no setor de eventos.
As possibilidades ocasionadas por ela podem ser vistas de maneira positiva em relação a alguns aspectos, como o ganho de produtividade com a otimização das videoconferências e diminuição de tempo em deslocamentos para reuniões.
Além disso, há a geração de um lead mais qualificado, o que torna o evento presencial algo mais exclusivo.
“Não pela ideia de marginalizar as pessoas, mas de um maior engajamento. Se eu vou pra um evento presencial é porque, de fato, eu preciso estar ali. Há uma intenção em gerar negócio”, acredita Alisson.
Adaptações
Toda a cadeia de eventos foi impactada e algumas empresas terão mais dificuldade para se recuperar. No entanto, para se manter ativo é preciso se reinventar.
“Uma empresa que montavam 60 estandes para um evento presencial, agora monta um cenário que pode servir para várias lives. Hotéis estão convertendo o espaço de eventos em estúdios. Há possibilidades, mas certamente alguns ramos serão mais impactados”, reflete Alisson.
Se reinventar nem sempre quer dizer que há necessidade de mudar completamente de atividade, mas explorar possibilidades dentro do seu próprio negócio, como foi o caso de Luciana Bahia, proprietária da Majestik e associada da AJE-BA.
Sua empresa já fornecia serviços para solenidades de formatura e fotografia, então ela optou por criar soluções para diminuir o impacto da crise e conseguir alguma receita.
As estratégias utilizadas por Luciana envolveram aproveitar o serviço de fotografia que ela já fornecia, realizando promoções e ofertas exclusivas para quem fechasse o pacote da formatura.
Para ela, a pandemia também foi o momento de colocar em prática uma ideia que estava no papel. “Começamos um novo projeto que são viagens de formatura. Fizemos uma parceria com uma agência de turismo e a longo prazo eu espero estar mais envolvida com as viagens do que com as festas”, afirma.
Ainda segundo ela, foi preciso aprimorar os procedimentos realizados pela equipe o que otimizou o trabalho. Também foram feitos investimos em marketing e ela espera poder alavancar as vendas no retorno.
Futuro
Mesmo com grande expectativa geral para a vacina conta o Covid-19, os eventos presenciais não retornarão nos moldes anteriores. Durante o ano de 2021 ainda será preciso conviver com os protocolos de saúde que estão sendo pensados para agora.
Observa-se também o surgimento de algumas iniciativas mundialmente, que já nascem no formato do “novo normal”, como shows com distanciamento social. Nesses casos, Alisson acredita que muitas podem ser inviabilizadas pelo fator financeiro.
“Algumas são viáveis porque a experiência é compatível com o investimento. O desafio é trazer soluções seguras sanitariamente e que tenham um valor financeiro viável”, pondera.